quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Liberdade Artificial

21/10/10
13:25
Da janela do meu quarto eu posso te ver...
Seus passos são lentos demais para uma jornada tão longa.
Seus sonhos são previsíveis para uma busca tão misteriosa.
Da mesma janela vejo as “marias” sorridentes, ágeis, espertas
Vejo as mortais moléculas de dióxido e a falta de paz que o transito trás.
Ali fora o tempo exprime idéias e rouba ações,
Transforma assassinos em mocinhos e descarta as possibilidades.
... e da minha pequenina janela eu ainda posso te ver ao longe...
Sua bagagem é pouca, mas seus medos pesam mais.
As incertezas andam ao seu lado, mas você não pode afastá-las.
Talvez elas sejam suas eternas companheiras.
Talvez...
Esta janela mostra-me a versão humana sobre o significado de liberdade,
E a ilusão que temos e aplicamos ao que entendemos sobre isso.
A maneira como vivemos seu significado, como atribuímos ao nosso meio em seu todo.
... mostra-me a solidão que sua falta nos trás e tudo aquilo que deixamos para depois,
Por tantos e tantos e tantos medos. Por inveja e descrença.
Daqui posso ser tola e julgar os erros dos outros e até decifrar o que acredito serem acertos.
Por detrás destes vidros posso amar quem eu quiser e ser feliz por este amor...
Posso acreditar em minhas maluquices e dançar nua para a lua.
Posso deixar a luz penetrar em meus ossos no decorrer do dia
... e me envolver com o frio na chegada da noite.
Posso curtir minha liberdade artificial e acreditar que sou realmente livre.