segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Contos do Norte (Continuação)


II - O INICIO

          Vinte e três anos após o extermínio dos homens lobos, muitos ainda se recordavam com medo os tempos de terror e não com menos medo viam o futuro. Pois o mal havia despertado. As fornalhas não pararam. A desgraça na época foi vista como oportunidade por dois exércitos. Ambos ainda agora batalhavam tentando controlar o território oposto, num confronto interminável. O mundo conhecido foi dividido ao meio. Não há lugar pacifico. Milícias são instigadas para rebelião pelo exercito inimigo. Cercos são feitos cortando o comércio e suprimento de cidades. Do tormento à penúria a humanidade continuava no caminho da miséria. Há, ao oeste, um grupo de paladinos autodenominados Cavaleiros da Esperança. Esses homens montados em cavalos brancos, equipados com metais nobres, vestes resplandecentes e um detalhado código de honra, assassinaram incontáveis aldeias. Genocidas polidos têm sangue nas dobras das vestes e crueldade nas dobras do caráter.

          Nesse tempo chegou num povoado ao norte, um rapaz branco. Falava várias línguas e carregava apenas uma lâmina também branca. Disse ter cruzado, ainda criança, três vezes a nevasca. Dos olhos um brilho azul perfurava a calma dos presentes.



II.I - O ESTRANGEIRO FANTASMA

          Estranhou muito, o comerciante, ao abrir sua tenda logo pela manhazinha e ver um semblante solitário vir pela estrada do norte. Aquela estrada ia direto para o norte até terminar nos ermos antes da nevasca e nada havia lá há muito tempo. Um homem sem montaria não pode ter vindo dali, deve estar perdido, bem perdido.
          O sol fraco, já batia inclinado na estrada. O comerciante apertou os olhos e viu um jovem crescer pela estrada. Atrás dele os montes circundantes subiam. E ao ver os montes o comerciante levou uma pontada de seu passado. De lá vieram, há muito tempo, os homens e seus lobos. Lembrou-se das noites em claro, escondido em abrigos, comendo pouco e roubando tudo quando podia. Virou o rosto para o povoado e viu ainda os restos daquele tempo. Escombros do templo que ainda não foi reconstruído. Esforçou-se e não conseguiu lembrar-se dos tempos antes da desgraça. “A vida é desgraçada, não há tempo antes da desgraça”, disse para si.
          O estrangeiro já entrava na cidade e o comerciante firmou os óculos, franziu o cenho e fitou a lâmina carregada pelo jovem. Uma espada curta de metal branco. “Que criança tola pintaria uma espada de branco? Talvez a tinta seja venenosa”, disse baixinho para si.
          O estranho balançando sua espada sem bainha nem fivela conforme andava, olhou para o comerciante como adivinhando as intenções do homem para com seu bem. O vendedor segurou a aba do chapéu num cumprimento cordial e respeitoso, mas nenhum aceno recebeu em troca. Torceu o canto da boca e teve a certeza que teria aquele artefato de qualquer maneira.
          Os poucos e simples moradores observavam a chegada do forasteiro um tanto assustados. Não era comum viajantes naquelas terras, tão ao norte. Muito menos vindos das montanhas circundantes antes da nevasca. Enquanto os homens saiam de suas casas para a labuta, cruzava pela vila o estranho acompanhado de mistério.



          Em sua amarga solidão veio do norte distante e logo levou a alcunha de feiticeiro. O bruxo da neve. De tez branca e espírito negro, assustava os animais e espantou a caça, disseram. Pois no dia em que entrou na cidade nenhuma sorte trouxe consigo. Acidentes inexplicáveis e mau agouro se abateram naquele dia claro na vila do norte.

Cruzou a cidade. Não ficou nem trocou palavra alguma. Diziam: “o bruxo sabe que não é bem vindo”. Seu olhar agudo também causou nos moradores, “ele penetra na alma pelos olhos!”.
Silenciou a algazarra dos animais de caça acorrentados juntos esperando o sinal de seu mestre para correrem livres. Os predadores ali presos, em fúria, pareciam amedrontados pela aura do estranho.
          Próximo do limite sul do vilarejo olhou em volta, os muros baixos, os destroços velhos de algo ainda não reconstruído. Foi até o local e vasculhou entre os escombros. Vários olhos o seguiam de soslaio, poucos ousavam olhá-lo diretamente. Foi comum um medo incomum. Poucas horas esteve ali, horas contadas repetidamente e por tantas vozes que poderiam ser anos.
          Saiu como entrara, rumando sozinho e em silêncio e levou consigo seu mistério. Deixou uma curiosidade amedrontada cravada na alma de cada individuo do vilarejo do norte. Os mais sensatos, alguns dias depois, afirmavam certeiros “era um desertor ou desgarrado d’alguma tropa”. O acontecido dos animais de caça marcou uma fama de druida. Como não disse nome, nem sequer sabiam se tinha, referiam-se ao estranho como Druida Fantasma.
          E realmente nenhuma caça foi encontrada naquele dia. Um vento estranho soprou do norte trazendo uma fina e fria chuva. Correu no fundo do espírito de cada homem e mulher naquela manhã que algo aconteceria de ruim.
          O mercador passou um dia amargo. Não deixou se impressionar pelas invencionices do povo sem conhecimento. Pouco conhecimento muita crendice, suspirou. Sabia bem dessas coisas, pois de crendices vivia. Tirava seus maiores lucros em peças “sagradas”.
          Não se intimidou, portanto. E durante todo dia ouviu estranhas histórias sobre o “bruxo da neve”, “o druida fantasma” o “o feiticeiro do norte”. A noite, na taverna, interpelou impaciente um homem:
- Chega, esse homem cruzou em meia hora nossa cidade, e sem dizer nada levou mais nomes e histórias que qualquer um em anos. Vou mostrar que não passa de um maluco morto de fome.
          E saiu batendo a porta certo de juntar suas coisas e ir no rastro da fama do bastardo. Aquela espada, nesse vilarejo, pode alcançar grandes quantias agora. Talvez deva aumentar as crenças para vendê-la melhor.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Pensando o sentido: religião e vegetarianismo


Nasci no sul do Brasil, uma região que tem como comida típica o churrasco. Por muitos anos segui essa tradição sem jamais pensar ou me questionar sobre o assunto.
No final de 2010, li uma reportagem sobre Paul McCartney que falava sobre seu vegetarianismo. Dias após, encontro frases de vegetarianos famosos falando sobre o assunto, incluindo Rita Lee. Na época, eu era devota do bom churrasco todo o domingo, mas fiquei curiosa e me perguntei: o que faz com que essas pessoas não comam carne? Pesquisei sobre o assunto e encontrei vários sites: alguns com informações de menos, outros radicais demais pra quem ainda comia carne e outros que me informaram de maneira equilibrada tudo o que eu precisava fazer. Após ler muito, refleti sobre o assunto. Após refletir muito sobre o assunto, decidi parar de comer carne. Nem se eu quisesse continuar comendo eu conseguiria. 

Com a religião não foi muito diferente, mas foi mais cedo. Eu tinha 10 anos quando a minha mãe começou a ir numa igreja evangélica e me obrigava a ir junto. Eu era uma criança e queria cortar o cabelo, usar qualquer roupa e ouvir o meu rock n' roll, coisas que a igreja proibia. Foi ali que eu comecei a me questionar: "por que eu tenho que deixar o cabelo crescer e usar apenas saia para ir para o céu? Não basta eu ser uma pessoa boa?" Isso me fez ler muito sobre religião, desde os mitos da antiguidade, passando por Idade Média, religiões árabes, hinduísmo, budismo, enfim, tudo o que foi possível. Foram anos lendo, estudando, pensando em todas as contradições, ao mesmo tempo que eu lia e estudava sobre ciências e teorias sobre a formação do Universo e dinossauros e etc. Depois de um tempo, parei de me importar e me declarei agnóstica. Depois de muito tempo sem me importar, sem ir a igrejas, sem rezar e perceber que tudo na vida dava certo, misturando com leituras de Jean Paul Sartre, me declarei ateia. Isso não foi uma escolha, foi uma conclusão, foi uma percepção de que não havia nada superior a mim regendo a minha vida. Tudo que eu precisava para fazer as coisas acontecerem, estavam em mim.

Minha intenção não é fazer com que todas as pessoas do mundo sejam vegetarianas ou deixem de acreditar em deus. Eu apenas gostaria que todos parassem para pensar sobre o assunto. A maioria come carne e vai à missa todos os domingos por não repensar os seus hábitos. A alimentação e a religião fazem parte de uma cultura de séculos e não é da noite para o dia que se tira hábitos tão intrínsecos na nossa sociedade. Nem todos que pararem para ler e pensar nos assuntos, concordarão que não comer carne e não ter religião não é preciso na nossa vida. Eu lhes digo que não faço uso de nenhum dos dois e tenho tudo que preciso.


A intenção é sempre fazer com que as pessoas pensem por elas mesmas. Fazer o que eu acho certo só porque eu acho certo é o mesmo que fazer o que Hitler acha certo só porque Hitler acha certo. A primeira coisa que fez com que eu gostasse de filosofia é justamente esse questionamento, a certeza que cada um pode pensar por si mesmo e chegar às suas conclusões. Talvez eu esteja completamente errada, mas acho que se cada um pensasse por si mesmo, todos chegariam a mesma conclusão: não é ruim que as pessoas acreditem em um deus, o que ferra com tudo é o fato de seguirem uma religião idiota; o problema não é as pessoas comerem carne, mas pensarem que sem carne não vivem, que tem que ter carne em tudo; o problema não é o povo votar, mas é não saber votar, é votar naquele que fala o que eles querem ouvir mesmo sabendo que o cara não vai cumprir.
Quem pensa, não consegue ouvir as músicas de maior sucesso dos nossos dias, não consegue assistir novela, nem muitos filmes que passam por aí. 
O caso é que pensar dói, dá trabalho, trás angustias. Mas é sentindo essas dores e angustias que eu sou livre.

Gabriela de Oliveira
Blog da autora do texto: http://www.pensarsersentido.blogspot.com.br/

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Contos do Norte


Inicio a postagem de contos sequenciais que escrevi. Tenciono voltar a escrevê-los. Vou postar aqui para suas críticas e sugestões, reunir forças para dar continuidade. Abraço. 

INTRO

O pequeno é capaz de feitos tais que a própria terra dividir-se-ia em duas. O poder é algo tão tênue e subjetivo, transcende a força ou tamanho. Mescla rigor nas palavras e precisão nas ações. Conto a história de um ser assim.

I - PASSADO NEGRO

A neve não seca apenas as faias nas terras ao norte do mundo. Qualquer vontade fraqueja no espesso dilúvio congelado cinzento que corre a esmagar o florescer da vida. Nada mais justo de a água, mãe da existência, tenha o direito de ser carrasco em terras malditas. Nenhuma esperança penetra na nevasca, não há caça além de meio dia de caminhada neve adentro.
Nos ermos ao norte do mundo um continente de gelo bota limite na terra dos homens. Ventos de navalha sopram e a solidão congela o coração do viajante antes do ar seus dedos. Um lugar infernal, intransponível, inabitável. 
Todas as alcatéias já seguiram seu instinto migrando para o sul e nesse tempo um pequeno grupo de larápios fazia abrigo nas bordas do terreno de gelo árido surpreendendo os lobos cansados. Os fortes animais foram escravizados e corrompidos pela vileza de rufiões, desonrados e assassinos daquela região. Tanto homens quanto lobos tornaram-se animalescos.
Afloraram suas bestas interiores as feras em comunhão. Aterrorizaram todo um país. Nada os desafiava. Tinham estatura baixa e alguns até montavam seus lobos. Ferozes, carniceiros e sedentos. Não seguiam líder ou lei. Endureciam sua conduta mais e mais ao ponto de serem frios como a neve e firmes como a espada. Não há cura para o ferimento de uma lamina fora da lei, apenas outra força maior poria fim às desgraças daquela época.
Alguns heróis fizeram nome lutando, mas viraram mártir antes de exterminar o mal dos homens lobo. Campanhas foram feitas, cercos, ataques. As investidas tornavam comum a brutalidade. Em todas as terras a vida perdia o valor.
O medo inunda os povoados. Cada objeto de valor carrega uma aura malogra. Músicas monotemáticas falam de morte. Quilômetros de cercas brotam da terra, jaulas, fossos, armas. Em nome da paz e da defesa desenvolver-se-ia alta cultura bélica, de ambos os lados. Fornalhas coravam a terra, fumaças borravam os céus, a procura dos metais rachava montanhas. O inverno e a noite, antes exaltados pela poesia, agora usados como tática militar. Dias tristes. As garras desse tempo negro deixariam sequelas na humanidade para além de muitos séculos.
O tempo, contudo, trouxe longas barbas às faces dos homens do norte e canseira a seus lobos. Mas o mal já havia sido feito. Na batalha, às margens da nevasca, onde o ultimo lobo debandou e o ultimo assassino respirou uma criança nasceu. Ninguém saberia de sua existência pelos próximos anos. Era filho bastardo de um cavaleiro com uma escrava do norte. Foi o espólio da guerra. O mestiço. E lá, na beira da neve interminável abandonado. Sua mãe não viu seu rosto e seu pai nem soube de sua existência. Muito se especula sobre sua infância. Foi abandonado, criança, e o único fato conhecido é que sobreviveu. Não tinha tamanho, mas era gigante em fúria. Um espírito vibrante, olhos azuis vivos e penetrantes e pele branca como a neve.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012


Cada dia a mais é um dia a menos
Tempo escorre por entre os dedos

E tudo é tão vago
Vazio

Pior do que isso só se não fosse sério
E a gente tivesse se antecipado
Ao rir da piada
O ridículo mundo dos sério

Verdade ou não
Nem todo mundo tem mistério

E tudo vale nada
Quando o sol amanhece

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A confusão público/privado

As classes sociais não são mais determinantes da vida social. Muitas vezes, a aparência mostrada pelo indivíduo é de uma “classe social desejada”. O capitalismo – fruto da modernidade – oferece aos indivíduos uma infinidade de marcas e símbolos. Marcas e símbolos sobrepostos aos rostos individuais, as máscaras viram faces, e o capitalismo oferece ao espírito humano um show contendo milhares de máscaras. Isso concede ao individuo um destaque da multidão, mas não o torna público. A ação pública como sujeito nasce de uma consciência diferente da de espectador.
Assim sendo, as relações entre os indivíduos são íntimas. As pequenas e reservadas instâncias da vida íntima são intensas e o show público se funde com o íntimo. Cria-se a sociedade intimista.
A massa heterogênea de estranhos é socialmente recalcada. Ao estabelecer uma ligação entre os traços de sua personalidade e sua intimidade – representada em suas roupas, corpo, discurso, comportamento – o espectador é inibido ao contato público, pois tende a acreditar que sua personalidade será revelada. Essa consciência anti-social pública, porém não anti-sociável, é o que eleva as relações individuais à intimidade.
Os indivíduos não são mais que atores representando um espetáculo sem arte. Os papéis consistem no conjunto de ações, atividades, comportamentos que se mostram adequados em determinadas situações. Sendo assim, o convívio social é um circo que atores interpretam ações carregadas de valores. Todavia isso não ocorre o tempo todo, e é nessa cisão que se apóia as diferenças entre ator, sujeito e de indivíduo. Devemos ponderar ainda que essas duas instâncias não sejam antagônicas, mas sim complementares. Uma serve a outra e é ao mesmo tempo contida e continente da outra parte. Sennett afirma inclusive que “os seres humanos precisam manter uma certa distância da observação íntima por parte do outro para poderem sentir-se sociáveis. Aumentem o contato íntimo e diminuirão a sociabilidade.” (1998, p.24).
O silêncio é o agente disseminado entre as multidões. Atuações vazias em significado e com “um fim em si” começam a surgir e a ganhar sentido. Temos então uma soma de situações que transformam a sociedade, Sennett fala a esse respeito:
           

[...] Numa sociedade íntima, todos os fenômenos sociais, por mais que fossem impessoais em sua estrutura, eram convertidos em questões de personalidade, com a finalidade de adquirirem um sentido. Os conflitos políticos são interpretados em termos do jogo das personalidades políticas; a liderança é interpretada em termos de “credibilidade”, mais do que em termos de proezas. A “classe” de alguém parecia ser o produto da condução e a da habilidade pessoais, mais do que uma determinação social sistemática. Diante da complexidade, as pessoas procuravam algum principio interior e essencial, luma vez que a conversão dos fatos sociais em símbolos de personalidade só pode ser bem-sucedida quando as complexas nuanças da contingência e da necessidade estão retiradas de cena.
A entrada da personalidade para dentro do domínio público, no século XIX, preparou a base para essa sociedade intimista, induzindo as pessoas a acreditarem que os intercâmbios em sociedade eram demonstrações da personalidade, e compondo de tal modo a percepção da personalidade que os conteúdos dela nunca chegavam a se cristalizar, e desse modo engajando os homens numa busca obsessiva e infindável de pistas de como os outros eles próprios eram “realmente”. (1998, p.271)

           
O aparecimento da neutralidade do sujeito começa a gerar nas consciências dos indivíduos novas percepções. O silêncio e o desaparecimento de sinais sociais geram uma incerteza centrada no individuo. Norbert Elias aborda os princípios dessa consciência silenciosa e individual:



O que se tornou perceptível na era de Descartes foi um movimento nessa mesma direção, à medida que o homem ascendia na escada em caracol. Se as pessoas do nível precedente de autoconsciência se haviam percebido, em consonância com sua educação ou Estados inseridos num reino espiritual governado por Deus, passaram então a se perceber cada vez mais como indivíduos, embora sem perder inteiramente a antiga concepção. A modificação nos estilos de vida social impôs uma crescente restrição aos sentimentos, uma necessidade maior de observar e pensar antes de agir, tanto com respeito aos objetos físicos quanto em relação aos seres humanos. Isso deu mais valor a ênfase à consciência de si mesmo como individuo desligado de todas as outras pessoas e coisas (1994, p.91)   


Todos esses trâmites são conseqüências e só foram possíveis por meio do processo modernizador. A modernidade foi marcada por uma história de desencantamento do mundo pelo sujeito, onde ele afastava-se de Deus, ele transcendeu a idéia teocêntrica onde sua existência só tinha sentido com um fim em Deus. Sendo assim, ele foi jogando pra dentro de si. Sua existência tinha um fim em si próprio. O homem voltou para o mundo tendo uma visão de ser incluso no mundo, agente transformador e transformado.
Esse desencantamento do mundo, a quebra do véu de significados que envolviam a existência deixou o homem a mercê de si próprio. É nesse contexto que ele volta-se para uma formação mais humana. Porém o processo modernizador não foi fielmente concluído. A formação humana foi racionalizada e mais tarde instrumentalizada afastando novamente o homem do homem. A razão iluminada passa a ser a razão técnica.




E assim segue.
Nascemos num mundo transtornado em vórtex de egocentrismo alienado. Vivemos para um EU que nem conhecemos. Tristes dias. 

Detalhe do dia de sol

 Dia de sol
Tempo bom
O detalhe que não muda as coisas
O detalhe que faz o espirito feliz
Facilita a vida
Sem expectativa
Desperta-se para o mundo real
E o sentido que há na realidade.

sábado, 4 de agosto de 2012

Palavras não mudam o mundo


"Palavras não mudam o mundo",
Foi o que me disseram hoje.
Eu, prontamente, concordei.

Nunca tive e jamais terei
Coragem de incumbir minhas
Humildes e singelas palavras
A tão cabulosa tarefa.

Nem mesmo ásperas palavras
De um discurso ditador
São capazes de mudar alguma coisa.
Tão pouco delicadas palavras
De uma bela poesia têm esse poder.

As palavras são ferramentas.
Servem para descobrir,
Revelar e criar sentimentos.

Palavras geram pensamentos,
Pensamentos geram sentimentos,
Sentimentos geram ações
E ações mudam o mundo.