sexta-feira, 30 de abril de 2010

Feliz dia do Trabalho Escravo

          Há 124 anos, no dia 1º de maio, 500 mil operários americanos iniciaram uma greve geral em Chicago, nos Estados Unidos da América, para reivindicar a redução da jornada de trabalho de até dezoito para oito horas diárias. Três anos depois (1889), a II Internacional Socialista definiu que o dia 1º de maio seria uma data histórica de luta pelos direitos dos trabalhadores do mundo todo.


Atualmente, o que os trabalhadores do mundo podem comemorar nessa data?

Vivemos em uma sociedade na qual o desemprego estrutural se agrava cada vez mais, eliminando postos de trabalho e aumentando a precarização do trabalho. Tal mecanismo é utilizado pelo sistema capitalista para, entre outras coisas, responsabilizar os trabalhadores, individualmente, pela sua condição no mercado de trabalho, segundo a lógica do “salve-se quem puder”. Além disso, a classe trabalhadora enfrenta uma onda crescente de privatização dos direitos sociais – conquistados ao longo da história por meio de árduas lutas – realizada pela classe dominante visando a manter e ampliar suas taxas de lucro.

Diante desse contexto, urge a necessidade da classe trabalhadora se organizar, por meio de sindicatos e movimentos sociais - caracterizados como espaços contra-hegemônicos -, para resistir e enfrentar os ataques que a classe dominante (donos dos meios de produção) têm realizado contra os direitos conquistados historicamente pelos trabalhadores organizados.

Consideramos imprescindível a identificação e organização dos trabalhadores como classe social para lutar pela defesa e ampliação dos seus direitos sociais, bem como pela distribuição igualitária da riqueza que produz, tendo em vista que o salário não é uma forma de distribuição de riqueza. A exploração da força de trabalho da classe trabalhadora, a expropriação da riqueza que produz pela classe dominante, o desemprego estrutural, a crescente criminalização dos movimentos sociais organizados, entre outros, são elementos que nos levam a constatar que, infelizmente, os trabalhadores não têm nada a comemorar no dia 1º de maio.

Deveríamos, como classe trabalhadora, aproveitar essa data histórica para discutirmos formas de intensificar as lutas pelo atendimento de nossos interesses coletivos, haja vista que todos os homens devem ter, concretamente, a possibilidade de se humanizar, o que pressupõe o direito ao trabalho, à educação, à cultura, ao lazer, à habitação, à saúde, à segurança etc. Essas são condições necessárias para balizarmos a construção e o desenvolvimento de novas formas de organização social, fundadas em outros valores e princípios, como a generosidade, a solidariedade, a dignidade e a igualdade humanas.

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