quarta-feira, 16 de março de 2011

Desistência (V) - As cinco ilusões do amor

Se o ontem decidisse algo eu poderia acabar com você agora...
Meu copo transbordante encorajou-me, logo dou mais um passo.
Goles demorados e apreciativos (calculados por vezes de vislumbramento) empurraram meu corpo lentamente. Uma distância aceitável entre o "eu" e o "você" pareceu existir.
Foram necessárias forças que antes ocultavam em mim. Por vezes até me assombravam...
Forças que não me apoiaram nas quedas e nem acolheram minhas lagrimas.
Eu soube ali que eu não estava "desistindo" de você. Eu estava me ganhando para mim!
Ali o entendimento de meu ser fez-se mais que humano e eu fiz as pazes com minha angustia.
Eu entendi o porquê de eu estar participando deste final com o coração nas mãos e o que isso significaria aos dias que viriam (se é que eles viriam...).
Vozes me tentaram, incertezas me confundiram...
Apenas as esperanças me mostraram novas possibilidades.
Mas foi a dor que me disse o que eu sempre precisei ouvir e estivera surda o suficiente para calar.
Ontem eu desisti de você!
Eu precisei sentir uma amor inegável e imortal por mim e será esse amor que me levará até a sua presença e me controlará nas dúvidas e recaídas.
Esse amor vai me amparar na solidão e me acalentar no frio.

Eu aprendi que sempre terei você, mas somente a mim posso possuir.
Sem medos e vergonhas. Sem tempo, sem planos.
Sem nada mais.