terça-feira, 3 de agosto de 2010

Zumbidos dos pianos autistas

Amanheceram, nos olhos abrindo,
Pianos psicóticos procurando uma melodia
Que nem ao menos foi composta.

Desastrosas notas semitonam,
Porém, dizem cantos de “como se canta”?
Sabem tais que são pra música,
Mas não sabem parar pra compor.

Não existe harmonia;
Os pianos insistem em desorquestrar
Porque não há um mestre
Pra conduzir
Na terra dos pianos autistas.

Anoitece, e estes já nas montanhas,
Uivam de dor, de loucura,
De ter que ouvir uns aos outros,
Rezando clamores de desespero...
Quem nos tocará como
As aberturas de Tchaikovski?

Alucinações tinham
Quando a lua já no alto,
E os sons que faziam... Oh, os sons que faziam!
Eram tão confusos!
O que fazer pra corrigi-los?
Nada, pois são assim,
Pois são criados por suas manias.
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