sábado, 7 de agosto de 2010

UMA ESCOLHA

23/06/09
18:25


Doce menino,
Eu posso entender seus gestos, mas eles não me contam a direção...
Suas mãos se aproximam, mas não ousam me tocar.
Seu beijo preenche minha boca, mas não arranca este vazio.
Nossas mãos se encontram, mas não unem nosso corpo.
Meu cheiro rouba seu ar, mas você não se denuncia.
Meu jeito tira seu controle, mas você se afasta.
Seu ser cabe no meu controle, mas eu desvio.
Seus olhos (tão grandes e perdidos) olham para mim e todas as direções.
Você mostra as suas dificuldades, mas ainda não pode superá-las.
“Que há de ser mais frio do que o medo do sentir?”
Ou “deprimente o bastante que o pavor não deixa expor em palavras?”
Eu vejo você caminhando no escuro, mas não consigo alcançá-lo...
Perco-o nos instantes tolos e desconcertantes e existenciais.
Perdemos nossa vida e tudo mais...
Somos crianças manhosas que não sabem convencer,
Adultos medrosos que esperam o nunca chegar.
Talvez sejamos tolos demais para merecer o amor.
Ou bons o bastante para desistir enquanto se faz tempo.


Nota da autora: hoje eu vivi uma escolha duvidosa...
Não me condeno por ter que escolher, mas justifico minha escolha.
Perco mais tempo do que o assunto devidamente me pede,
mas saboreio cada passo que dou na direção dos fins.