sábado, 7 de agosto de 2010

Quem tem mais se preocupa menos

Um senhor lá com seus quarenta ou cinquenta anos vai visitar um de seus clientes, onde presta determinados tipos de serviços, como reformas residenciais e empresariais, instalações elétricas, etc. Ele não faz parte do quadro de funcionários de empresa alguma, e mesmo trabalhando como autônomo, atendendo vários clientes, ele também é um “contribuinte” da receita federal – Contribuinte – Como acho hilário este termo... De qualquer forma, prossigamos.

Trabalho vai, trabalho vem, eis que se faz necessário transportar alguns materiais e ferramentas até o local do próximo serviço. Para transportar esses materiais faz-se necessário um veículo com caçamba, mas nosso empreiteiro não dispõe de tal veículo – com todo seu esforço conseguiu apenas um veículo simples, que usa tanto para trabalho quando para passeio com a família – então, pelo próprio interesse na execução do serviço previamente contratado, seu chefe decide emprestar um dos seus muitos veículos; pronto, problema resolvido.

O que o contratado não sabia, ou melhor, nem imaginava, era que esta solução lhe traria outro problema, um pouco mais complicado: Conferindo se tudo tinha ficado de seu agrado, o patrão percebeu um amassado na lataria de seu valioso veículo e seu primeiro pensamento foi “Ontem isto não estava assim...”.



Sem sombra de dúvida ele iria investigar para descobrir quando, onde e como aconteceu e quem foi o responsável. Na hora do “acerto” – como é popularmente chamada a ação que o contratante efetua ao retribuir o contratado com uma quantidade preestabelecida de moeda corrente – ele, o patrão, lhe questiona sobre o fato. Seu contratado fica surpreso com a informação – em forma de cobrança – recebida e o primeiro pensamento que lhe ocorreu foi “Como isso foi acontecer?”.  Para não haver dúvidas, deslocam-se até o veículo e trocam informações, perguntas, observações e explicações.

Após alguns minutos voltam ao escritório e nosso trabalhador autônomo, um tanto sem jeito, lhe explica que não sabe como aconteceu, uma vez que não teve parte nem foi responsável por nenhuma colisão. Continuou falando calmamente que a única coisa que lhe passava pelo pensamento é que alguém tenha se descuidado e colidido com o veículo enquanto este estava estacionado. O patrão questiona-lhe uma vez mais com um ar dúbio:

- Tem certeza que não viu nada?

Ele responde humildemente:

- Sim, tenho certeza, mas se tocá de pagá não tem poblema.
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