Um senhor lá com seus quarenta ou cinquenta anos vai visitar um de seus clientes, onde presta determinados tipos de serviços, como reformas residenciais e empresariais, instalações elétricas, etc. Ele não faz parte do quadro de funcionários de empresa alguma, e mesmo trabalhando como autônomo, atendendo vários clientes, ele também é um “contribuinte” da receita federal – Contribuinte – Como acho hilário este termo... De qualquer forma, prossigamos.
Trabalho vai, trabalho vem, eis que se faz necessário transportar alguns materiais e ferramentas até o local do próximo serviço. Para transportar esses materiais faz-se necessário um veículo com caçamba, mas nosso empreiteiro não dispõe de tal veículo – com todo seu esforço conseguiu apenas um veículo simples, que usa tanto para trabalho quando para passeio com a família – então, pelo próprio interesse na execução do serviço previamente contratado, seu chefe decide emprestar um dos seus muitos veículos; pronto, problema resolvido.
O que o contratado não sabia, ou melhor, nem imaginava, era que esta solução lhe traria outro problema, um pouco mais complicado: Conferindo se tudo tinha ficado de seu agrado, o patrão percebeu um amassado na lataria de seu valioso veículo e seu primeiro pensamento foi “Ontem isto não estava assim...”.
Sem sombra de dúvida ele iria investigar para descobrir quando, onde e como aconteceu e quem foi o responsável. Na hora do “acerto” – como é popularmente chamada a ação que o contratante efetua ao retribuir o contratado com uma quantidade preestabelecida de moeda corrente – ele, o patrão, lhe questiona sobre o fato. Seu contratado fica surpreso com a informação – em forma de cobrança – recebida e o primeiro pensamento que lhe ocorreu foi “Como isso foi acontecer?”. Para não haver dúvidas, deslocam-se até o veículo e trocam informações, perguntas, observações e explicações.
Após alguns minutos voltam ao escritório e nosso trabalhador autônomo, um tanto sem jeito, lhe explica que não sabe como aconteceu, uma vez que não teve parte nem foi responsável por nenhuma colisão. Continuou falando calmamente que a única coisa que lhe passava pelo pensamento é que alguém tenha se descuidado e colidido com o veículo enquanto este estava estacionado. O patrão questiona-lhe uma vez mais com um ar dúbio:
- Tem certeza que não viu nada?
Ele responde humildemente:
- Sim, tenho certeza, mas se tocá de pagá não tem poblema.
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