terça-feira, 16 de outubro de 2012

Anacrônico

Sempre com pressa, sempre pra frente
Nunca pros lados, menos ainda para trás.
O homem vai nessa, às vezes contente
Com pulsos cortados ou um sorriso fugaz.

Vivemos em outra época, dessa vez sem herança;
Salvo as inúmeras questões acumuladas durante esse tempo de mudança.
Preciso estudar para entender.
E, como Descartes, utilizar minha existência para cultivar minha razão.
Mas preciso trabalhar para viver,
E, na maioria das vezes, mesmo não tendo sentido,
Escutar o patrão.

A lógica é a mesma, mas é outra.
Quando a história depende do ponto de vista
Não há tempo que chegue para o cidadão.
Quando vai embora o tempo vai junto
E olha para trás pensando no futuro,
Finge que sabe, mas fica calado.
Na calada da noite ou em cima do muro.